Jerome Powell sinalizou possível mudança para política monetária flexível, e o mercado já prevê corte de 25 bps nos juros em setembro.
No Simpósio Econômico de Jackson Hole 2025, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, discursou diante de uma conjuntura de complexidade crescente, sinalizando que pode adotar postura mais flexível na política monetária. Mesmo sem confirmação explícita do corte, o mercado considerou o comunicado como indício forte de corte de 25 bps em setembro. O núcleo do PCE avançou para 2,9%, com destaque para aumento nos preços de bens. Powell reconheceu o efeito das tarifas sobre preços ao consumidor e ressaltou que o ponto-chave é saber se esses aumentos vão se traduzir em inflação duradoura.
Considerando os riscos, o Fed ajustou significativamente sua estrutura de política. Powell anunciou volta a meta de inflação mais tradicional e flexível. Ele frisou que nos últimos anos ficou claro que tolerar inflação acima da meta, mesmo moderada, não funciona — principalmente diante de choques inflacionários persistentes e intensos. Essa mudança vai além da questão técnica e redefine a estratégia de comunicação do Fed.
Entre os indicadores aguardados nesta semana estão PIB dos EUA, núcleo do PCE, pedidos de bens duráveis, vendas de casas novas, confiança do consumidor e dados de renda/gastos pessoais. Os EUA trarão nova leitura do PIB do 2º trimestre de 2025, após resultado inicial de 3,0%. Haverá ainda divulgação do núcleo do PCE referente a julho, sendo que o CPI anterior apontou alta de 2,7%, abaixo do esperado. O termômetro de inflação preferido do Fed será central para as expectativas de juros na reunião de setembro, e o mercado já aposta fortemente no corte. Outros dados relevantes são pedidos de bens duráveis, vendas de casas novas e renda/gastos pessoais.
DXY
O índice do dólar recuou na sexta-feira após discurso dovish de Powell sobre a política futura do Fed e cortes de juros; investidores apostam em mudança de paradigma na visão do Fed sobre a conjuntura macro.
Yield do Título de 10 Anos dos EUA
Com fluxo de investidores e capital líquido migrando para ativos de risco, a taxa dos títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA caiu significativamente para cerca de 4,27%.
Ouro
Ouro valorizou rápido na sexta-feira, após o tom dovish de Powell provocar antecipação de corte de juros e aumento de liquidez, atraindo investidores.
Preço do BTC
Preço do ETH
ETH/BTC
SOL/ETH
Ethereum registrou recorde de preço logo após Powell comentar que o Fed pode priorizar o mercado de trabalho em vez da inflação, sinalizando possível corte de juros em setembro.
Enquanto os mercados mostraram otimismo com aumento de liquidez, BTC não conseguiu se firmar e chegou a cair abaixo dos 115k$. ETFs spot de Bitcoin tiveram cinco dias seguidos de saídas líquidas, somando 1,17b$. Já os ETFs spot de ETH passaram de 241m$ de saídas para entradas líquidas a partir de 21 de agosto, com ETH atingindo patamar recorde e novos aportes acelerando após 22 de agosto.
ETH mantém forte demanda de compra nos mercados primário e secundário de ETF, enquanto Bitcoin pode sinalizar tendência para ações norte-americanas. O ETH/BTC continua com potencial de valorização.
Marketcap Total Cripto
Marketcap Total Cripto Sem BTC e ETH
A capitalização total caiu 0,96% na semana, enquanto o marketcap sem BTC e ETH subiu 0,55%. A valorização do ETH sustentou o crescimento dos tokens DeFi e LST, como Aave, compensando parte das perdas do BTC. Altas de ETH costumam impulsionar ainda mais ganhos entre altcoins do que rallies de BTC. Existe espaço para liquidez do Bitcoin migrar para ETH e altcoins associadas.
Fonte: Coingecko e Gate Ventures, em 25 de agosto de 2025
Aave liderou os ganhos recentes, negociando a 335$ em 25 de agosto. O rally foi sustentado pelo avanço do ETH; em 2021, Aave chegou a 650$ quando ETH bateu recorde. Se ETH continuar subindo, tokens DeFi podem manter trajetória positiva.
TON teve pior desempenho, caindo 4%. Desde o começo de agosto, o preço consolidou, variando entre 3,14$ e 3,675$.
OKB teve nova alta acima de 70% na semana passada, com FDV atual de 3,9b$, trinta vezes menor que o FDV do BNB. O ecossistema de memes na camada X foi bastante ativo, com nove projetos lançados apenas no launchpad, mostrando que OKB ainda tem espaço para crescer.
Os TGEs com maior destaque são WLFI e Plasma. WLFI, plataforma DeFi associada a Trump, negocia a 0,23$, valorizando 4,6x frente ao preço de venda pública. Plasma, primeira blockchain de stablecoin a lançar TGE neste ciclo, opera a 0,54$ no mercado pré-TGE. Apoiada por Bitfinex, Bybit e Framework Ventures, Plasma é um dos projetos mais aguardados do ciclo, focada em stablecoin e pagamentos. A pré-venda em julho de 2025 foi esgotada em menos de meia hora com FDV de 500m$, negociando hoje FDV de 5,3b$.
Aave, maior plataforma de empréstimos DeFi, acumula mais de 50B$ em depósitos líquidos e quase 37B$ em TVL, agora ativo na Aptos, marcando seu lançamento inaugural em uma blockchain fora do padrão EVM. O movimento reforça a estratégia multichain da Aave para ampliar o acesso global ao crédito. No lançamento, Aave suporta USDC, USDT, APT e sUSDe, contando com incentivos da Aptos Foundation para promover adoção. Chainlink Price Feeds está integrado, garantindo dados confiáveis para mercados de oráculo; toda a implantação seguiu a reescrita do Aave V3 em Move. Aave também lançou um bounty de 500 000$ em GHO para fortalecer a segurança.
Tanto Aave quanto Aptos enxergam oportunidades no mercado de staking líquido, já que apenas 8,1% do APT está em LSTs contra 76% em staking direto. A expansão posiciona Aave como motor de liquidez da Aptos, que busca recuperar atividade após queda de transações no último ano. As equipes projetam que a colaboração acelere o avanço do TVL, amplie as opções de colateral e sirva de modelo para futuras integrações fora do EVM, sempre subordinadas a governança do Aave DAO.
Chainlink tornou-se a primeira plataforma de oráculos blockchain a obter certificação ISO 27001 e SOC 2 Tipo 1, após auditorias da Deloitte & Touche LLP. As certificações abrangem Price Feeds, SmartData (Proof of Reserve, NAV) e Cross-Chain Interoperability Protocol (CCIP). Chainlink protege mais de 90B$ em ativos e domina 68% do mercado de oráculos, integrando-se aos principais protocolos DeFi como Aave, GMX, Ether.fi, Pendle e Compound, além de instituições como Swift, UBS e SBI Digital Markets.
Essas certificações atestam padrões de segurança e operação de nível empresarial, consolidando o papel da Chainlink no avanço dos mercados de ativos tokenizados. Os serviços certificados incluem CCIP para transferências cross-chain, Price Feeds para dados em tempo real, Proof of Reserve para checagem de colateral e NAVLink para fundos tokenizados. Esses marcos estabelecem a Chainlink como infraestrutura chave para a nova onda das finanças onchain, que deverá movimentar trilhões de ativos reais para blockchains.
Ethena aprovou inclusão do BNB da Binance como primeiro novo ativo apto a compor o colateral perp-hedge do USDe, marcando início do novo “Framework de Ativos Elegíveis”. Este modelo define critérios quantitativos e de governança para entrada de novos ativos, expandindo a base do USDe para além de bitcoin e ether. O comitê de risco do protocolo confirmou que XRP e HYPE da Hyperliquid atendem critérios preliminares, podendo ser incluídos a seguir após novas avaliações. USDe, stablecoin sintética da Ethena, garante estabilidade ao combinar ativos dolarizados com posições perpétuas hedgeadas. Possui oferta circulante de 11,75B$, sendo o terceiro maior stablecoin do mercado.
O framework permite que parte dos hedges do USDe utilize ativos líquidos de grande capitalização que cumpram critérios de empréstimo, operação e estrutura de mercado, mantendo predominância de instrumentos consagrados para o lastro. Publicações de governança detalham o processo de análise dos ativos, ampliando origens de colateral sem comprometer os controles de risco.
o1.exchange captou 4,2M$ em rodada liderada por Coinbase Ventures e AllianceDAO para desenvolver o primeiro terminal de trading completo da Base, um dos projetos de infraestrutura mais financiados do ecossistema. Funcionalmente, o o1.exchange se posiciona como plataforma empresarial, oferecendo análise DEX em tempo real, integração TradingView, rastreamento de carteiras, ordens avançadas (limit, TWAP, sniping) e execução em até 1 bloco para minimizar slippage. Opera gestão multi-wallet com ponte cross-chain, integrando projetos centrais como Zora, BaseApp e Uniswap V4 para melhor liquidez e fluxo.
A plataforma lançou programa agressivo de incentivos, ofertando 45% de cashback nas taxas de trading e 41% em comissão de indicações. Estruturas de recompensa desse porte são raríssimas em exchanges centralizadas ou descentralizadas, atraindo tanto traders profissionais quanto de varejo. A iniciativa surge enquanto a Base cresce em tokens meme e NFTs, porém ainda carece de infraestrutura madura. Com ferramentas profissionais e recompensas robustas, o o1.exchange mira replicar estratégias de exchanges tradicionais e consolidar-se como referência de trading na Base.
Loop Crypto captou 6M$ em rodada co-liderada por VanEck e Fabric Ventures, impulsionando seu projeto de infraestrutura de pagamentos baseada em stablecoins. O investimento soma-se a aportes anteriores de a16z Crypto e Archetype. VanEck reforçou o impacto dos stablecoins na transformação bancária, enquanto Fabric Ventures reforçou compromisso com soluções blockchain escaláveis para pagamentos.
A Loop Crypto foca em pagamentos internacionais com stablecoins, reduzindo dependência de intermediários tradicionais e otimizando velocidade e custo nas liquidações. Stablecoins estão cada vez mais presentes na estratégia institucional e na adoção DeFi, e a atuação da Loop Crypto canaliza essa tendência para pagamentos digitais e inclusivos. Com o novo aporte, a empresa pretende acelerar a integração dos stablecoins ao sistema financeiro global junto a empresas e reguladores.
DigiFT, exchange de ativos reais (RWA) sediada em Singapura, captou 11M$ em rodada estratégica liderada pela SBI Holdings, totalizando 25M$ desde o início. Participaram também Mirana Ventures, Offchain Labs, Yunqi Partners e Polygon Labs. O financiamento demonstra a crescente confiança institucional nas plataformas de RWA, à medida que firmas buscam modelos compatíveis para tokenização, expandindo produtos tokenizados em ações, renda fixa, alternativos e cripto, além de fomentar infraestrutura de contratos inteligentes para maior interoperabilidade e eficiência de capital.
Regulada pela Autoridade Monetária de Singapura e pela Comissão de Valores e Futuros de Hong Kong, DigiFT oferece caminhos institucionais regulados para adoção de ativos tokenizados. Já parceira de grandes gestoras, como Invesco, UBS Asset Management, CMB International e Wellington Management, a DigiFT entrega solução de tokenização e distribuição ponta a ponta.
Foram fechados 16 negócios na última semana; Infra somou 9 negócios (44% do total), Data 6 (38%) e DeFi 3 (19%)
Resumo Semanal de Negócios Venture, Fonte: Cryptorank e Gate Ventures, em 25 de agosto de 2025
O valor total de fundraising divulgado foi de 148M$, sendo que 19% dos negócios (3/16) não revelaram valor captado. O maior volume foi do setor Data, com 109M$. Destaques: IVIX 60M$, DigiFT 11M$
Resumo Semanal de Negócios Venture, Fonte: Cryptorank e Gate Ventures, em 25 de agosto de 2025
O montante semanal caiu para 148M$ na quarta semana de agosto de 2025, recuo de -42% em relação à semana anterior. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve queda de -3%.
Gate Ventures, braço de venture capital do Gate, foca em investimentos em infraestrutura descentralizada, middleware e aplicações que redefinem o cenário na era Web 3.0. Atuando junto a líderes globais do setor, a Gate Ventures apoia startups e equipes com ideias e capacidade para revolucionar interações sociais e financeiras.
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