Muitas pessoas ao verem um corte nas taxas de juro acham logo que o mercado vai subir, mas na verdade o que realmente agita o mercado não é a decisão do corte em si, mas sim aquele homem — Jerome Powell, e o que ele diz meia hora depois do anúncio da decisão.
Se fores rever os registos passados vais perceber que este enredo já aconteceu várias vezes: sai a decisão sobre as taxas, o mercado reage de imediato, mas depois, na conferência de imprensa, basta uma frase casual de Powell e o mercado inverte bruscamente, com uma reviravolta em V que deixa toda a gente boquiaberta.
Desta vez, a situação pode ser ainda mais subtil. Agora as taxas já desceram para o intervalo neutro de 3,5%, já é um pouco forçado dizer que ainda estamos em política restritiva. O problema é que a inflação continua nos 3%, ainda longe da meta. Mais importante ainda, o próprio Powell já deixou claro que não quer iniciar o ciclo de cortes demasiado cedo. O mercado está aqui todo ansioso à espera de liquidez, enquanto a Reserva Federal está a fazer jogo de cintura, e esta diferença de expectativas é enorme.
Por isso, é bem provável que Powell venha deitar um balde de água fria ao mercado durante o discurso e pedir para não se entusiasmar demasiado.
É importante lembrar bem os horários: decisão sobre as taxas às 3h da manhã de quinta-feira, discurso de Powell às 3h30. Muitas vezes, é nesta meia hora que se define a verdadeira direção do mercado.
Se o discurso for mais hawkish, o mercado vai perceber que os cortes seguintes não vão ser assim tão fáceis, as expectativas de liquidez vão baixar e os ativos de risco podem sofrer bastante. O mercado já está fraco e o sentimento está no fundo; se vier mais um golpe, a volatilidade pode ser enorme.
Mas se olharmos para um horizonte mais longo, a verdadeira viragem pode só acontecer no segundo semestre. As expectativas de estímulo trazidas pelo ciclo político e o possível reinício do ciclo de liquidez de longo prazo no próximo ano são variáveis que valem a pena esperar.
Resumindo, a fase mais negra antes do amanhecer pode ser mesmo estes próximos meses. O bull market não morreu, apenas está cansado e deitado a descansar um pouco. Os grandes movimentos do mercado nunca foram fruto de impulsos ou apostas arriscadas, mas sim de paciência e resistência ao tempo.
Ver original
Esta página pode conter conteúdos de terceiros, que são fornecidos apenas para fins informativos (sem representações/garantias) e não devem ser considerados como uma aprovação dos seus pontos de vista pela Gate, nem como aconselhamento financeiro ou profissional. Consulte a Declaração de exoneração de responsabilidade para obter mais informações.
14 gostos
Recompensa
14
9
Republicar
Partilhar
Comentar
0/400
MysteryBoxOpener
· 22h atrás
Aquela boca do Powell é mesmo qualquer coisa, basta dizer uma palavra e o mercado inverte logo... Desta vez, aquele discurso das 3h30 foi mesmo um divisor de águas.
De certeza que vai deitar água fria outra vez, não pensem demasiado nisso, pessoal.
Aguentem, estes meses são mesmo os mais negros antes do amanhecer.
Esperem pelos estímulos previstos para o segundo semestre, o verdadeiro mercado só se constrói com paciência.
Ver originalResponder0
ShibaMillionairen't
· 12-09 06:00
Aquela boca do Powell é mesmo incrível, a decisão não valeu de nada, tudo depende dos trinta minutos em que ele fala.
Levanto-me cedo para ver e, em nove em cada dez vezes, acabo a levar um banho de realidade. Este truque já está muito batido.
Agora já está nos 3,5% e ainda há quem pense em baixar, estão mesmo a sonhar, a inflação ainda está nos 3%, o Powell não vai ceder tão depressa.
Na quinta-feira às 3h30 da manhã é preciso estar atento, é provável que o rumo do mercado seja decidido nesses trinta minutos. Se o discurso for hawkish, vai ser um tombo direto, com o sentimento de mercado já tão fraco, mais um golpe e não aguentamos.
Mas a longo prazo há mesmo esperança, é só preciso esperar. Enquanto o bull market não morrer, tudo bem. Vamos com calma.
Ver originalResponder0
SnapshotBot
· 12-09 02:28
O Powell é mesmo o pilar do mercado, uma só frase dele consegue deitar os touros ao chão.
Meia hora decide uma vida, este é o dia a dia dos traders atualmente.
Não vale a pena andar a mexer, agora é mesmo a escuridão antes do amanhecer, aguentem aí pessoal.
Vamos ver se desta vez ele continua a fazer o jogo do empurra, quanto mais tenso estiver, mais violenta será a recuperação.
A sério, com uma diferença de expectativas tão grande, mais cedo ou mais tarde vai rebentar, é ver se quinta-feira é o ponto de explosão.
Em vez de andar a adivinhar o que ele vai dizer, mais vale acumular com calma e esperar que as variáveis do grande ciclo se materializem.
Se vier postura agressiva talvez caia a pique, mas a longo prazo isto é só mais uma limpeza do mercado.
Ver originalResponder0
WenMoon42
· 12-07 11:50
O Powell é mesmo o pilar do mercado, basta ele abrir a boca e o mercado inverte logo, dá vontade de rir.
É verdade, já vi isto acontecer tantas vezes: sai o anúncio de descida das taxas, primeiro há uma subida, mas meia hora depois devolve tudo.
Desta vez parece complicado, a inflação ainda está presa nos 3%, discurso hawkish garantido, vamos levar com um balde de água fria outra vez.
Aguentem, pessoal, a verdadeira oportunidade é só na segunda metade do ano, agora é mesmo a fase mais difícil antes do amanhecer.
De qualquer forma, o bull market não vai morrer, só estamos cansados e deitados, nós também vamos deitar-nos à espera.
Aquela meia hora às 3h30 da manhã de quinta-feira vai decidir tudo, impossível não ver.
Ver originalResponder0
GasGuzzler
· 12-07 11:44
É hora do Powell outra vez, este tipo vale ainda mais do que a própria decisão.
Ficar acordado até às 3h30 da manhã de quinta-feira à espera que ele fale, esta é a nossa vida.
A diferença entre as expectativas é tão grande que assusta, quando chegar a hora ou dispara ou afunda, não há solução intermédia.
Agora que o sentimento está no fundo, ainda vai levar mais uma martelada? Eu escolho continuar deitado.
Que venha o ciclo de estímulo do segundo semestre, afinal é só aguentar.
Ver originalResponder0
BearMarketNoodler
· 12-07 11:42
Aquela meia hora do Powell é realmente crucial, já vi demasiadas tragédias assim. O mercado começa em euforia, mas basta ele abrir a boca para deitar água fria.
Ver originalResponder0
QuietlyStaking
· 12-07 11:39
O Powell é mesmo uma bomba-relógio para o mercado, em meia hora pode virar tudo do avesso.
Vamos ver na madrugada de quinta-feira, aposto que ele vai deitar-nos água fria outra vez.
Agora é tudo um jogo de expectativas, o verdadeiro bull market só virá na segunda metade do ano.
Ver originalResponder0
GateUser-a5fa8bd0
· 12-07 11:32
A boca do Powell é mesmo inacreditável, se baixa as taxas não está bem, se não baixa também não está bem, só gosta de fazer ataques surpresa nas conferências de imprensa. Da última vez foi assim, subiu de repente e depois caiu logo a seguir, agora toda a gente já aprendeu, quando sai notícia de corte de juros, todos esperam que ele acabe de falar antes de agir.
Ver originalResponder0
LightningHarvester
· 12-07 11:25
Vamos levar porrada do Powell outra vez? Este tipo tem mesmo a língua afiada.
É só deitar água fria até mais não, a liquidez desaparece, e ainda esperamos o quê?
Em vez de tentar adivinhar o que ele vai dizer, mais vale pensar em como sobreviver para ver o próximo ano.
Desta vez, a diferença em relação às expectativas foi mesmo absurda, o mercado estava demasiado ganancioso.
Aguentem aí, pessoal, o bull market adormeceu, nós também podemos dormir um bocado.
Muitas pessoas ao verem um corte nas taxas de juro acham logo que o mercado vai subir, mas na verdade o que realmente agita o mercado não é a decisão do corte em si, mas sim aquele homem — Jerome Powell, e o que ele diz meia hora depois do anúncio da decisão.
Se fores rever os registos passados vais perceber que este enredo já aconteceu várias vezes: sai a decisão sobre as taxas, o mercado reage de imediato, mas depois, na conferência de imprensa, basta uma frase casual de Powell e o mercado inverte bruscamente, com uma reviravolta em V que deixa toda a gente boquiaberta.
Desta vez, a situação pode ser ainda mais subtil. Agora as taxas já desceram para o intervalo neutro de 3,5%, já é um pouco forçado dizer que ainda estamos em política restritiva. O problema é que a inflação continua nos 3%, ainda longe da meta. Mais importante ainda, o próprio Powell já deixou claro que não quer iniciar o ciclo de cortes demasiado cedo. O mercado está aqui todo ansioso à espera de liquidez, enquanto a Reserva Federal está a fazer jogo de cintura, e esta diferença de expectativas é enorme.
Por isso, é bem provável que Powell venha deitar um balde de água fria ao mercado durante o discurso e pedir para não se entusiasmar demasiado.
É importante lembrar bem os horários: decisão sobre as taxas às 3h da manhã de quinta-feira, discurso de Powell às 3h30. Muitas vezes, é nesta meia hora que se define a verdadeira direção do mercado.
Se o discurso for mais hawkish, o mercado vai perceber que os cortes seguintes não vão ser assim tão fáceis, as expectativas de liquidez vão baixar e os ativos de risco podem sofrer bastante. O mercado já está fraco e o sentimento está no fundo; se vier mais um golpe, a volatilidade pode ser enorme.
Mas se olharmos para um horizonte mais longo, a verdadeira viragem pode só acontecer no segundo semestre. As expectativas de estímulo trazidas pelo ciclo político e o possível reinício do ciclo de liquidez de longo prazo no próximo ano são variáveis que valem a pena esperar.
Resumindo, a fase mais negra antes do amanhecer pode ser mesmo estes próximos meses. O bull market não morreu, apenas está cansado e deitado a descansar um pouco. Os grandes movimentos do mercado nunca foram fruto de impulsos ou apostas arriscadas, mas sim de paciência e resistência ao tempo.