Acabou de ser divulgado que os reguladores da UE estão a lançar uma investigação às práticas do algoritmo de pesquisa do Google. O foco? Se a gigante tecnológica tem vindo a esconder intencionalmente websites que exibem conteúdo patrocinado ou peças promocionais pagas nos seus rankings de pesquisa.

Esta investigação pode abrir uma caixa de Pandora sobre como plataformas centralizadas controlam o fluxo de informação. Para quem acompanha o espaço Web3, é um lembrete de por que a pesquisa descentralizada e a distribuição de conteúdo são importantes. Quando uma empresa detém as chaves da visibilidade, os publishers acabam por jogar de acordo com regras que podem mudar de um dia para o outro.

As alegações sugerem que o Google pode estar a penalizar sites simplesmente por hospedarem artigos pagos — uma medida que poderia transformar as estratégias de publicidade digital em toda a indústria. Se for comprovado, estamos a falar de implicações sérias de antitruste. Os publishers têm reclamado há anos sobre quedas misteriosas de tráfego, e isto pode finalmente ligar os pontos.

O que torna isto particularmente interessante é o timing. À medida que os órgãos reguladores em todo o mundo reforçam o seu controlo sobre as Big Tech, casos como este estabelecem precedentes sobre como as plataformas — quer sejam Web2 ou Web3 — devem lidar com a neutralidade de conteúdo. O resultado pode influenciar a forma como alternativas descentralizadas se posicionam como opções mais justas em relação aos gatekeepers tradicionais.