O fenômeno do "cisne negro" — uma ilusão de imprevisibilidade nas finanças

Já ouviram falar dos "cisnes negros"? Eu acreditei que eram um mito por muito tempo, até que enfrentei esse fenômeno cara a cara. A teoria do "cisne negro" não é apenas uma metáfora inteligente, mas uma realidade cruel com a qual eu e muitos traders nos deparamos na própria pele.

Antes, as pessoas estavam seguras da existência apenas de cisnes brancos — símbolo de beleza e estabilidade. Mas quando, em 1697, o holandês Willem de Vlamingh descobriu cisnes negros na Austrália, isso destruiu a antiga paradigma de pensamento. Da mesma forma, eventos imprevistos explodem nossas crenças financeiras.

Nassim Nicholas Taleb, um sábio da Universidade de Nova Iorque, adotou essa metáfora em seu livro, definindo o "cisne negro" através de três características:

• Incrivelmente difícil prever ( embora, em retrospectiva, todos sejam inteligentes )
• Causa consequências catastróficas
• Parece óbvio apenas após o que aconteceu

A essência da concepção está na questão: como prever o futuro conhecendo apenas o passado? Taleb ilustra isso com o exemplo do peru no Dia de Ação de Graças: todos os dias é alimentado, fortalecendo a confiança no dia seguinte, até que, de repente, chega o dia do abate. Grosso modo, mas com precisão — assim como nós, confiando na experiência passada, tornamo-nos cegos a riscos inesperados.

Olhe para a história das catástrofes financeiras. A bolha das dot-com de 2001, quando empresas de tecnologia supervalorizadas desmoronaram, fazendo o Nasdaq cair 78%. A crise de 2008, que surpreendeu até o presidente do Fed, Greenspan. O Flash Crash de 2010, quando um único trader desabou o mercado em um trilhão de dólares em um dia.

E o mundo cripto? Terra em 2022 - menos centenas de bilhões em dias, o bitcoin caiu de $39 mil até $29 mil. A falência da Celsius fez o bitcoin despencar para $19 mil. O colapso da FTX afundou ainda mais milhares de investidores, quando o bitcoin caiu para $15 mil.

Esses "cisnes negros" continuarão a aparecer — a questão não é "se", mas "quando". E o que fazer para o investidor comum?

• Diversificação — não apenas ações, mas ouro, imóveis, outros ativos
• Espalhe os ovos em diferentes cestos — nada de "tudo em um banco" ou "tudo em uma bolsa"
• Utilize as quedas como oportunidades — o melhor momento para comprar ativos de qualidade
• Prepare-se psicologicamente para o pior — isso reduzirá o pânico quando o "cisne negro" chegar.

O efeito do "cisne negro" é inevitável. Tudo o que pode acontecer, acontecerá. E quando dizemos "isso é impossível" — tornamo-nos ainda mais vulneráveis à sua aparição.