Recentemente, o governo japonês tomou uma medida que, à primeira vista, parece banal, mas na verdade esconde grandes implicações.

Criaram um novo organismo chamado “Departamento de Eficiência Governamental” — soa burocrático, não é? Mas, se analisares com atenção, vais perceber que há algo mais: o objetivo real é cortar a sério nas despesas e subsídios ineficazes. A ministra das Finanças, Katayama Katsuki, foi bastante clara: os fundos devem direcionar-se para “os sectores que realmente precisam”.

O que significa isto? Os tempos em que se gastava dinheiro à vontade estão prestes a chegar ao fim.

Lembra-te de há uns anos, quando o Japão injetava liquidez e distribuía subsídios sem parar, fazendo circular dinheiro quente por todo o lado. Aquela subida vertiginosa do Bitcoin teve por trás operações de arbitragem com ienes. Agora, com o aperto a caminho, o “reservatório” global de liquidez pode encolher significativamente. Mais subtil ainda: o governador do Banco do Japão acabou de insinuar possíveis subidas das taxas de juro, e a ministra das Finanças apressou-se a dizer que “está alinhada com o governo” — uma sintonia demasiado perfeita, não achas? Estão claramente a preparar o mercado para o que aí vem.

Quando a torneira se fecha, os jogadores mais alavancados ficam em risco.

O que devem fazer os investidores de retalho? Aqui ficam algumas ideias:

Primeiro, reduz as posições alavancadas sempre que possível — não contes com a sorte. Quando a liquidez aperta, as liquidações acontecem tão depressa que nem tens tempo para reagir. Depois, acompanha de perto a evolução do iene. Se o iene começar a recuperar, o capital de arbitragem vai regressar, e os criptoativos provavelmente vão ressentir-se. Por fim, mantém alguma liquidez — não gastes tudo de uma vez. Quando o mercado cair a sério, é aí que aparecem as melhores oportunidades.

No fundo, o mercado é sempre mais inteligente do que qualquer pessoa. Os mais nervosos são normalmente os que reagem tarde. Os verdadeiros veteranos encaram as mudanças de política como oportunidades para reajustar o portefólio. Se esta “faca cirúrgica fiscal” do Japão vai realmente cortar fundo ou não, vamos ver com calma sentados na primeira fila.