Há 12 anos, quando entrei neste meio, o que mais me irritava eram os veteranos que elogiavam o “ciclo de quatro anos” — achava que era tudo conversa de quem explica tudo depois dos factos. Mas só com este crash, que passou de seis dígitos para cinco, é que acordei: este negócio dos ciclos não é metafísica, é uma lei de ferro criada pelo próprio mercado, com dinheiro real.

Ultimamente tenho recebido uma quantidade absurda de mensagens privadas, todas a perguntar o mesmo: isto é só uma correcção do bull market ou já chegou o bear market? Não vou andar com rodeios, digo já — esta queda, em 80%, é o bear market a bater à porta.

Depois de tantos anos a observar, há alguns sinais que nunca falham.

Vamos falar primeiro das “shitcoins” em euforia. Lembram-se de maio de 2021, daqueles tokens lixo a duplicar num só dia? Igualzinho ao que vimos no mês passado, perto dos 110 mil dólares, com moedas obscuras a disparar. É sempre assim no fim do bull market — os tolos entram em força, o dinheiro inteligente sai de fininho. Na altura, avisei no grupo para não ir atrás dos picos, e ainda fui insultado por parecer antiquado e não perceber o mercado. E depois? Quase 20 mil milhões de dólares em contratos alavancados evaporaram-se, anulando todos os ganhos do ano. Aqueles que compraram no topo, agora provavelmente nem têm forças para chorar.

Agora olhemos para o ciclo de halving. Analisei os dados dos últimos três ciclos, e quase sempre, ao 18.º mês depois do halving, temos um ponto de viragem entre bull e bear market. E estamos precisamente nesse momento — o BTC ainda se aguenta com o suporte institucional, mas as altcoins sem história ou capital? Cortadas a meio, ou pior, algumas caíram 80-90%. Isto não é uma correcção, é o mercado a rebentar a bolha e a estourar todos os activos lixo que só sobreviviam à base de conversa fiada.

A análise técnica e o ambiente macroeconómico também estão a apontar para baixo. Este mercado, agora, não é para apanhar o fundo, é para lembrar-te: não sejas tu a ficar com o mico na mão.