A mineração de Bitcoin é um daqueles fenómenos que, quanto mais se observa, mais surreal parece — a tal revolução descentralizada de que tanto se falava transformou-se, diante dos nossos olhos, num negócio centralizado de impressão de dinheiro.
No fundo, é esta a história: um grupo de idealistas começou por proclamar o fim dos monopólios e a igualdade para todos, mas, ao fim de algum tempo, tornaram-se eles próprios os novos monopolistas, usando o "progresso tecnológico" como desculpa.
**Era do CPU: os ideais que perseguimos nesses tempos**
Os primeiros tempos, em que se podia minerar com um computador doméstico, foram os verdadeiros dias do "todos podem participar". Nessa altura, qualquer pessoa podia contribuir com poder de computação e todos tinham hipótese de minerar moedas. Mas quanto tempo durou este cenário idílico? Assim que as primeiras máquinas de mineração profissionais surgiram, o poder de computação dos computadores normais foi imediatamente esmagado. O tão apregoado direito à participação igualitária mostrou-se frágil como papel perante a corrida ao hardware.
**ASICs: o acelerador da concentração de poder de computação**
Desde a Butterfly Labs até às Whatsminer, cada nova geração de hardware só veio reforçar uma realidade — a mineração tornou-se uma indústria intensiva em capital. Hoje, poucos grandes pools de mineração controlam a maior parte do poder de computação da rede; estes gigantes, se espirram, abalam toda a rede. A ferramenta criada para "combater a centralização" tornou-se, afinal, o maior exemplo de centralização. O cidadão comum? Há muito que deixou de ser participante, passando a meramente observador.
**Mineradoras cotadas em bolsa: o guião mais surreal**
Mais irónico ainda, empresas de mineração como a Marathon e a Riot foram para a bolsa de Nova Iorque, levantaram capital em Wall Street para comprar máquinas em massa e vendem os bitcoins extraídos ao pequeno investidor. O Bitcoin, que nasceu para desafiar o sistema financeiro tradicional, acabou como o instrumento de fluxo de caixa favorito do grande capital tradicional. Uma reviravolta tão inesperada que nem um guionista ousaria escrever.
**A essência é esta:** No início, minerar era como uma cozinha aberta onde todos podiam juntar ingredientes e cozinhar em conjunto. Agora? A cozinha foi entregue a meia dúzia de chefs que, com equipamento industrial, monopolizam todo o processo; tu só podes comprar o prato feito — e ainda tens de agradecer o "avanço tecnológico". Já não és construtor, és só mais um cliente pagante.
Não te iludas. A segurança da rede Bitcoin há muito que deixou de depender do cidadão comum — é o terreno de jogo dos grandes capitais e dos gigantes da mineração. Aos que ainda estudam o desempenho das últimas máquinas, desejo-vos que recuperem o investimento rapidamente — se o preço da electricidade assim o permitir.
(Este artigo reflete apenas a opinião pessoal do autor e não constitui qualquer recomendação de investimento. O mercado de criptoativos é altamente volátil — participa com cautela.)
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A mineração de Bitcoin é um daqueles fenómenos que, quanto mais se observa, mais surreal parece — a tal revolução descentralizada de que tanto se falava transformou-se, diante dos nossos olhos, num negócio centralizado de impressão de dinheiro.
No fundo, é esta a história: um grupo de idealistas começou por proclamar o fim dos monopólios e a igualdade para todos, mas, ao fim de algum tempo, tornaram-se eles próprios os novos monopolistas, usando o "progresso tecnológico" como desculpa.
**Era do CPU: os ideais que perseguimos nesses tempos**
Os primeiros tempos, em que se podia minerar com um computador doméstico, foram os verdadeiros dias do "todos podem participar". Nessa altura, qualquer pessoa podia contribuir com poder de computação e todos tinham hipótese de minerar moedas. Mas quanto tempo durou este cenário idílico? Assim que as primeiras máquinas de mineração profissionais surgiram, o poder de computação dos computadores normais foi imediatamente esmagado. O tão apregoado direito à participação igualitária mostrou-se frágil como papel perante a corrida ao hardware.
**ASICs: o acelerador da concentração de poder de computação**
Desde a Butterfly Labs até às Whatsminer, cada nova geração de hardware só veio reforçar uma realidade — a mineração tornou-se uma indústria intensiva em capital. Hoje, poucos grandes pools de mineração controlam a maior parte do poder de computação da rede; estes gigantes, se espirram, abalam toda a rede. A ferramenta criada para "combater a centralização" tornou-se, afinal, o maior exemplo de centralização. O cidadão comum? Há muito que deixou de ser participante, passando a meramente observador.
**Mineradoras cotadas em bolsa: o guião mais surreal**
Mais irónico ainda, empresas de mineração como a Marathon e a Riot foram para a bolsa de Nova Iorque, levantaram capital em Wall Street para comprar máquinas em massa e vendem os bitcoins extraídos ao pequeno investidor. O Bitcoin, que nasceu para desafiar o sistema financeiro tradicional, acabou como o instrumento de fluxo de caixa favorito do grande capital tradicional. Uma reviravolta tão inesperada que nem um guionista ousaria escrever.
**A essência é esta:**
No início, minerar era como uma cozinha aberta onde todos podiam juntar ingredientes e cozinhar em conjunto. Agora? A cozinha foi entregue a meia dúzia de chefs que, com equipamento industrial, monopolizam todo o processo; tu só podes comprar o prato feito — e ainda tens de agradecer o "avanço tecnológico". Já não és construtor, és só mais um cliente pagante.
Não te iludas. A segurança da rede Bitcoin há muito que deixou de depender do cidadão comum — é o terreno de jogo dos grandes capitais e dos gigantes da mineração. Aos que ainda estudam o desempenho das últimas máquinas, desejo-vos que recuperem o investimento rapidamente — se o preço da electricidade assim o permitir.
(Este artigo reflete apenas a opinião pessoal do autor e não constitui qualquer recomendação de investimento. O mercado de criptoativos é altamente volátil — participa com cautela.)