Sweatcoin 2024: Da monetização da corrida à verdade sobre a economia on-chain

Move-to-Earn: será que a Sweatcoin consegue inovar num conceito já tão promovido?

Quando se fala em ganhar dinheiro a praticar exercício, muitos pensam logo na Sweatcoin. Esta aplicação usa o GPS para contar os teus passos e, por cada 1000 passos, recebes 0,95 SWEAT. Parece promissor. Até maio de 2024, já atraiu 120 milhões de utilizadores e emitiu um total de 50 mil milhões de tokens SWEAT. Mas será que estes números são assim tão fiáveis?

A lógica de ganhar dinheiro não é complicada

Andas → a app regista → recebes SWEAT → gastas ou guardas. Parece simples, mas na prática há várias armadilhas:

Os ganhos estão a diminuir. No início, 1000 passos = 1 SWEAT; agora são só 0,95. E a taxa de emissão de SWEAT está a decrescer: no primeiro ano baixa para 0,33/1000 passos, e ao fim de cinco anos são só 0,02. Ou seja, precisas de andar 3623 passos para gerar 1 SWEAT, e o máximo diário são 5. Estarão apenas a “cortar nas recompensas”? Não totalmente — os responsáveis afirmam que é para evitar inflação e proteger o valor do token. Acreditas se quiseres.

Mais formas de gastar do que imaginas

O que podes fazer com os SWEAT ganhos?

• Loja na app: cartões-presente e produtos de marcas como Apple, Audible, Headspace. Parece muito, mas a oferta real é limitada
• Transacções em blockchain: transferir para a Sweat Wallet, negociar em DEX ou fazer staking
• Mercado NFT: está nos planos, mas ainda não arrancou
• Doações de caridade: para organizações como Save the Children

Na verdade, os 600+ parceiros parecem impressionantes, mas as opções práticas são poucas. E a app ainda cobra uma comissão de 5%.

Sweatcoin vs STEPN: qual vale mais a pena?

Conclusão: Se queres experimentar sem investir, opta pela Sweatcoin; se procuras maiores lucros e flexibilidade, a STEPN oferece mais opções.

Riscos por detrás dos dados

Um estudo de 2018 mostrou que a actividade dos utilizadores aumentou 20%. Parece positivo, mas agora estamos em 2024, o mercado mudou muito e não há dados sobre retenção.

A Sweatcoin afirma não vender dados dos utilizadores, suporta 2FA e armazena dados encriptados. A política de privacidade é sólida, mas o tal “algoritmo de verificação secundária” para evitar batota é um pouco vago — não explicam como funciona.

E o futuro?

Os responsáveis têm vários planos:

1. Mercado NFT: passar dos cartões-presente para NFTs, aumentando as oportunidades
2. Mais actividades: incluir corrida, ciclismo e natação
3. Descentralização: tornar-se uma DAO, com governação pelos utilizadores
4. Integração com hardware: compatibilidade com Fitbit, Garmin, etc.

Mas tudo isto está ainda “em desenvolvimento”. O desafio é mesmo conseguir executar.

Dá para ganhar dinheiro? Honestamente…

Curto prazo: Ganhas 5 SWEAT por dia sem investir, sem risco. Mas em RMB? Ao preço atual (0,01-0,05 yuan por SWEAT), dá uns trocos por mês, dependendo do valor do token.

Longo prazo: O token fica mais escasso, mas tudo depende da base de utilizadores e da liquidez. O exemplo da STEPN mostra: se o token perde liquidez, o modelo desaba.

Em resumo

A ideia da Sweatcoin é interessante, ligando exercício e tokens, promovendo a saúde e baixando a barreira de entrada. Mas não a vejas como um caixa automático. O verdadeiro propósito é: motivar o exercício e dar-te a experimentar blockchain. Se já fazes exercício, podes ganhar SWEAT de “borla”; se só andas para ganhar uns trocos, talvez não valha a pena.

O hype do Move-to-Earn está a arrefecer; se a Sweatcoin vai sobreviver até ao próximo bull market, tudo depende da inovação do produto e da economia do token.