Estou a ver a Rússia a deslizar para a escuridão digital diante dos meus olhos. A partir de 1 de setembro, o regime de Putin desencadeou uma onda de restrições à internet que faria Orwell estremecer. Estas não são apenas políticas – são algemas digitais destinadas a silenciar a dissidência e controlar o que os russos podem ver, dizer e pensar.
A parte mais aterrorizante? Você pode ser multado apenas por clicar acidentalmente em conteúdo "extremista". E quem decide o que é extremista? O mesmo governo que chama os manifestantes anti-guerra de "traidores." Que conveniente.
Quer usar uma VPN para escapar desta prisão digital? Isso pode custar até 500.000 rublos se você ousar mencioná-las. Usei VPNs durante anos, mas agora seria rotulado como criminoso por sequer sugeri-las a amigos.
Estão mesmo a forçar uma aplicação de mensagens do governo chamada "MAX" para os telemóveis de todos. Não preciso de um diploma em psicologia para entender o que acontece quando um estado de vigilância controla as suas comunicações. E a obrigatoriedade da loja de aplicações RuStore? A Apple recusou-se a colaborar, o que pode ser a última resistência da liberdade digital na Rússia.
A purga cultural é igualmente perturbadora. Rappers populares estão reescrevendo letras para evitar a prisão, influenciadores do Instagram perderam seus meios de subsistência da noite para o dia, e livros de "agentes estrangeiros" estão sendo retirados das prateleiras e destruídos. Nunca pensei que veria a queima real de livros na minha vida, mas aqui estamos – vivendo na versão do mundo real de Fahrenheit 451.
Isto não se trata apenas de política – trata-se de apagar a identidade individual. Ao exigir plataformas aprovadas pelo estado, proibir alternativas e criminalizar o pensamento independente, o Kremlin não está apenas a controlar a informação – está a redefinir o que significa ser russo.
A pior parte? Outros governos estão observando este experimento em autoritarismo digital com interesse, não com horror. Este não é mais apenas um problema da Rússia. É um modelo.
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Cortina de Ferro Digital: A Rússia de Putin Fecha a Internet
Estou a ver a Rússia a deslizar para a escuridão digital diante dos meus olhos. A partir de 1 de setembro, o regime de Putin desencadeou uma onda de restrições à internet que faria Orwell estremecer. Estas não são apenas políticas – são algemas digitais destinadas a silenciar a dissidência e controlar o que os russos podem ver, dizer e pensar.
A parte mais aterrorizante? Você pode ser multado apenas por clicar acidentalmente em conteúdo "extremista". E quem decide o que é extremista? O mesmo governo que chama os manifestantes anti-guerra de "traidores." Que conveniente.
Quer usar uma VPN para escapar desta prisão digital? Isso pode custar até 500.000 rublos se você ousar mencioná-las. Usei VPNs durante anos, mas agora seria rotulado como criminoso por sequer sugeri-las a amigos.
Estão mesmo a forçar uma aplicação de mensagens do governo chamada "MAX" para os telemóveis de todos. Não preciso de um diploma em psicologia para entender o que acontece quando um estado de vigilância controla as suas comunicações. E a obrigatoriedade da loja de aplicações RuStore? A Apple recusou-se a colaborar, o que pode ser a última resistência da liberdade digital na Rússia.
A purga cultural é igualmente perturbadora. Rappers populares estão reescrevendo letras para evitar a prisão, influenciadores do Instagram perderam seus meios de subsistência da noite para o dia, e livros de "agentes estrangeiros" estão sendo retirados das prateleiras e destruídos. Nunca pensei que veria a queima real de livros na minha vida, mas aqui estamos – vivendo na versão do mundo real de Fahrenheit 451.
Isto não se trata apenas de política – trata-se de apagar a identidade individual. Ao exigir plataformas aprovadas pelo estado, proibir alternativas e criminalizar o pensamento independente, o Kremlin não está apenas a controlar a informação – está a redefinir o que significa ser russo.
A pior parte? Outros governos estão observando este experimento em autoritarismo digital com interesse, não com horror. Este não é mais apenas um problema da Rússia. É um modelo.